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Blade Runner 2049 ou como fazer o ménage mais broxante do cinema

Blade Runner 2049.

O clássico de 82, na versão do diretor lançada em 2007 (a única versão que eu já assisti e me recuso a perder meu tempo com qualquer outra) é até hoje um dos melhores e mais queridos filmes que já vi na vida.

Blade Runner é aquele tipo raro de clássico do cinema do qual você não deve fazer um remake e pega mal uma continuação.

Ridley Scott só ficou na produção e, sem Rutger Hauer, o cheiro de caça-níqueis somado à falta de criatividade na Hollywood atual ardiam nos olhos ao assistir os trailers. Ardem até hoje: depois de eu ter assistido e gostado do filme, continuo achando os trailers umas porcarias.

Antes das qualidades (é bom deixar as expectativas lá embaixo para ver o filme), vamos aos defeitos ou mesmo cagadas da coisa. Aqui não serão apontados os aspectos nos quais o segundo filme não se igualou ao primeiro, pois isso seria injusto, afinal, é claro que ele jamais conseguiria.

O filme conseguiu não só ter uma “cena de sexo” ruim (nem chega a ser uma cena de fato, mas a insinuação de uma), mas o ménage mais broxante e sem graça que eu já tive o sono de assistir! Ana de Armas, que na primeira vez que eu assisti estava um tesão no péssimo Knock Knock , de Eli Roth e uma tal de Mackenzie Davis, que não é de se jogar fora, aqui estão completamente desinteressantes.

Roth está muito longe de ser um bom diretor, até mesmo para os filmes B que ele se propõe fazer, mas ele com certeza sabe sugerir uma cena de putaria muito melhor que esse tal de Villeneuve. Não adianta vir dizer que aquela não era uma cena de putaria, que era uma cena romântica e blah blah blah… pois é EXATAMENTE por isso que conseguiram jogar fora uma boa cena de foda com sentimentalismo e frescura desnecessários.

 

YOU CAN'T OUTRUN THE TRUTH @bladerunnermovie

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A milf Robin Wright está longe de ser o vulcão de sensualidade maldosa que é em House of Cards e só aparece para ser uma vilã de segundo escalão. E o que é pior, está feia!

Dave Bautista, de Guardiões da Galáxia, é outro que só aparece para dizer “Hello!” e já sai vazado (Nesse caso ele me lembrou o finado Brion James, que fazia um papel pequeno no original de 82).

Fora isso, o filme é bonito. Bonito mesmo!!

Aquelas paisagens lindas do primeiro ainda estão lá, a trilha sonora forte preenchendo o espaço vazio da Los Angeles futurista, tudo honrando o inigualável clássico de Ridley Scott.

Harrison Ford diferente de muitos outros já citados do elenco, que só aparecem para engrossar a lista de créditos, exerce papel importante na trama. Trama essa que não cai no erro de ficar em lengalenga filosófico-cafona-sem-sentido e sem fim, e ai entram as cenas de ação que eu, particularmente, sempre quis ver, como a perseguição, troca de tiros e pouso forçado com aquele super-carro/nave de 3 rodas que o Deckard usava.

Blade Runner 2049 é o filme que Ghost in the Shell com Scarlett Johansson deveria ter sido. Como continuação do filme que é poderia ter sido pior? COM CERTEZA! Poderia ser melhor? Acho que não. E para dizer isso, comparo as mulheres dos dois longas, a Rachel de Sean Young também era bem sem graça (não sei de onde tiraram que ela daria uma boa femme fatale) e a Daryl Hannah, que também não foi bem aproveitada como foi por Quentin Tarantino (olha só que coincidência: praticamente o tutor de Eli Roth) em Kill Bill.

Quer ver um bom ménage com Ana de Armas, ou pelo menos a sugestão de um? Vá assistir Knock Knock, de Eli Roth, pelo menos para isso o filme serve.

Quer uma homenagem bem feita a obra-prima de Ridley Scott? Blade Runner 2049 entrega o trabalho.

P.S.:

Recentemente saiu que Scott quer fazer uma terceira continuação. Conhecendo o velho como conheço [NOTA DO EDITOR: Como assim, Gabriel, você almoça toda quinta com ele?] sei que ele não irá sossegar até fazer uma péssima sequência com Russel Crowe.

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Written by RC

RC

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