Hannibal de Bryan Fuller
A série Hannibal de Bruan Fuller está de volta a Netflix. Logo que assinei Netflix, isso já faz alguns anos, uma das primeiras séries que passei dias assistindo foi esse Hannibal maravilhoso, interpretado por Mads Fukcing Mikkelsen.
Até a primeira temporada eu confesso ter empurrado um pouco, me forçando a assistir para ver se algo realmente interessante acontecia. É que tinham me dito que a série era muito sanguinária, extremamente violenta etc… Eu tenho um estômago fraco para violência muito explícita, e exatamente por isso achei estranho ouvir tal afirmação. Eu duvidei que essa série me assustasse, e paguei para ver. E o resultado? É uma serie bem violenta sim, tem coisas lá que se você for parar para pensar são de uma barbaridade demoníaca. Mas isso é quando você se afasta um pouco, é quando o episódio acaba e você desliga a TV, e fica pensando.
Isso acontece porque durante os episódios você fica anestesiado pela beleza, essa sim monstruosa, que envolve toda aquela carnificina.
E aí está toda a qualidade de Hannibal: é uma serie extremamente bonita. Fotografia e trilha sonora de cinemão primeira linha. Breaking Bad, uma das gigantes series dos últimos anos por exemplo, e de sucesso muito maior que Hannibal, tem uma fotografia horrorosa se formos comparar.
Hannibal ganhou um certo público fiel, mas infelizmente não o suficiente para alavancar a audiência.
A serie teve só 3 temporadas. Houve rumores de se fazer um filme dirigido por Fuller e com o mesmo elenco, mas nunca aconteceu. Fuller foi dirigir American Gods, uma adaptação de um livro do badalado Neil Gaiman, mas falhou miseravelmente. Tem um elenco (secundário) de até maior peso que Hannibal, mas não tem ator e nem fotografia (tão boa quanto a de Hannibal) que salve texto fraco. Tem até uma abertura que supera a de Hannibal, com trilha sonora de Brian Reitzell (o mesmo de Hannibal). É bonito, mas é oco. Um desperdício.
A porcaria de American Gods serve como um consolo ao fim precoce de Hannibal. A série é uma maravilha que acabou cedo, mas teve um final espetacular com a terceira temporada que é uma coisa de louco, com direito até trilha sonora com Siouxsie Sioux.
https://www.youtube.com/watch?v=T4EZTVO-LIg
Hannibal acabou em seu melhor momento. É uma serie enxuta, mas profunda, que não desperdiça nada.
Para arrematar, quando Terminei Hannibal fiquei quase de luto. Não consegui achar mais nada para assistir que fosse tão legal quanto aquilo. Que tivesse aquela fotografia + temática violenta e misteriosa que me satisfizesse. Foi ai que me afundei em ouvir Siouxsie & the Banshees, banda dos anos 80 liderado pela mesma Siouxsie Sioux, que canta a música do último episódio. Siouxsie & the Banshees é até hoje uma de minhas bandas favoritas de todos os tempos, e me fez grande companhia durante o período de abstinência em que fiquei aguardando para a estréia do decepcionante American Gods. Mas esse período não foi tão longo, pois fiquei logo sabendo que quase que, paralelamente à American Gods produzida pela Starz, a ShowTime estaria produzindo a terceira temporada de Twin Peaks de David Lynch.
Então, era hora de ir ver pela primeira vez as duas primeiras temporadas que Lynch fez no início dos anos 90 e o filme Fire Walk With Me, para estar pronto para a continuação que viria… Mas aí, aí já é assunto para outro texto, para outro dia. Por enquanto vou rever Hannibal na Netflix e matar a saudade da carnificina.